Wednesday, August 30, 2006

Limites do Desenvolvimento Sustentável

Apresento aqui uma interessante resenha o qual eu à realizei tendo como base o livro com
o tema: LIMITES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.


Capítulo 1 – A ORIGEM DO UNIVERSO E DA VIDA NA PERSPECTIVA DA ATUAL CRISE AMBIENTAL.

Os estudos da origem do planeta deram um salto substancial nos últimos anos por conta do avanço da tecnologia, sobre a revolução da ciência e principalmente sobre a visão diferenciada da discussão sobre a origem do universo e os elementos que deram inicio a vida na terra.
O autor ao longo do tema proposto pretende mostrar certas implicações sobre a teoria do big-bang, com a explosão e a expansão das partículas (matérias), passando por bilhões de anos e a crença relacionada à origem divina do universo.
Diversas são as idéias que derivam a teoria do big-bang para a criação do universo e a vida na terra como exclusividade, baseado nos estudos de outros planetas e a falta de elementos necessários para as condições básicas de vidas.
O chamado redescobrimento da terra tem um princípio nos anos 60, como resultado de viagens interplanetárias e suas investigações. Os primeiros seres vivos (bactérias) exploraram novos recursos, gerando uma diversidade muito grande na terra, devido à transformação da atmosfera.
A modificação do clima na terra tem como fator importante às extinções em massa, como e esfriamento da terra por uma densa nuvem de pó, mas a capacidade de se regenerar para a criação de novos seres é surpreendente.

Capítulo 2 - AS TÊNDENCIAS DA EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS.

A questão da crise ambiental aprece como um desequilíbrio entre as espécies e sua adaptação, como prova a teoria da evolução, só os mais fortes sobrevivem, pois os frágeis caem pelo caminho, favorecendo uma minoria. Na concepção de equilíbrio se dá quando a espécie esta adaptada.
No caso do ser humano não basta aceitar a inter-relação, no caso de como todos nascem iguais, pois o potencial de riqueza acumulada é diferente, gerando um desequilíbrio devido ao patrimônio diferenciado.

No papel fenótipo da evolução, Darwin teoriza sobre a seleção natural e a mudança evolutiva aliada à adaptação ao meio, Mendel contemporâneo de Darwin foi o descobridor da lei da herança genética, permitindo elementos distinguíveis.
Segundo a teoria sintética a única teoria evolutiva é a genética, nos anos 60 autores como Waddington tem uma visão critica sobre a evolução, ressaltando que a fenogenética não nega a genética na evolução, mas cria uma inter-relação entre o genótipo e o meio ambiente.
O organismo sobre seu ambientes faz com que os ambientes sejam modificados por eles.

Capítulo – 3 AS BASES DO COMPORTAMENTO HUMANO E O AMBIENTE

Tornou-se rotineiro culpar o ser humano pela degradação do meio ambiente, devido sua cultura herdada ao longo dos tempos o ser humano se diferencia dos demais seres vivos.
A própria transformação do meio é desigual, pois os mais evoluídos desenvolvem funções novas, gerando mobilidade especial, libertando de certa forma do meio ambiente, com energia mecânica e a necessidade de alimentação e produção de energia em busca de outros elementos, tornando-se um desafio na espécie.
Argumenta-se que os hominídeos mais primitivos conhecidos remontam a 3,5 milhões de anos com sua postura erguida, se locomovendo com os pés e sua nova postura foi o passo decisivo para transformação de todo o organismo e o processo da fala remonta de várias hipóteses.
Os objetos úteis para a apropriação de alimentos não são um privilégio só dos seres humanos, outros animais se destacam no uso de instrumentos a fim de se alimentarem.
A diferença está no uso de instrumentos por animais e seres humanos, que no nosso caso alia-se às relações sociais e de produção, no caso herança social (cultura).
A distinção nos conduz às relações sócias e o requisito é que existam coisas que se herdam de uma geração para outra.


Capítulo - 4 A TECNOLOGIA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O COMPORTAMENTO HUMANO EM FACE DE SEU AMBIENTE.

O autor destaca sobre a degradação ambiental e a responsabilidade humana em três níveis, sendo as relações com o mundo abiótico, com outros seres vivos e com seus congêneres, ou seja, consigo mesmo. As relações técnicas referem-se às relações do mundo abiótico e dos outros seres vivos, enquanto denomina-se as relações sócias, o convívio com sua espécie.
O processo de produção constitui no conjunto das relações técnicas e sociais, por essa razão a acumulação de informação de maneira crescente. O ser humano cria as sociedades dentro dos limites impostos pelas sociedades passadas e seus limites técnicos e sociais, criando classes sociais, instituindo formas concretas de produção.
O ser humano não pode utilizar as relações técnicas de forma arbitrária, transformando seu ambiente externo, descobrindo funções novas para coisas existentes.
O homem é o único que usa instrumentos para fabricar instrumentos, o trabalho combinado no uso de instrumentos com determinada atividade, ou seja, o homem desenvolve o que o autor chama de tridimensionalidade do tempo, utilizando instrumentos produzidos no passado para desenvolver atividades no presente, tendo como propósito o uso do produto no futuro, por sua vez a diferença entre presente e futuro não faz sentida a produção imediata de um determinado produto, há não ser pelo consumo.
Já outros seres vivos assumem a necessidade imediata assumindo a natureza em sua plenitude à não ser por necessidade utiliza-se de recursos naturais.
O processo de atividade acumulativa não só transforma a natureza como também desenvolve o sujeito adicionando novas habilidades e conhecimentos, permitindo a socialização do homem, estendendo sua própria vida.
Segundo o autor o processo de objetivação esta centrada no uso crescente e imediato do objeto de trabalho, diversificação da biodiversidade a fim de satisfazer as necessidades do homem e os conhecimentos e uso das leis da natureza.
Foladori cita Marx, relatando que a produção de material não pode ser concebida separadamente das relações sociais, dirigindo como ele mesmo cita em “categorias chaves”, na alienação das funções do capitalismo.


Capítulo 5 - O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A QUESTÃO DOS LIMITES FÍSICOS.

A humanidade tem consciência que está destruindo o sistema funcional do planeta e em face de este problema há uma analise global da crise ambiental sob a ótica de três temas: Superpopulação, os recursos e os resíduos, unificando como limites físicos externos.
A crise ambiental surge como resultado de sua organização econômica e social, surgindo inicialmente como um conflito no interior de uma sociedade humana.
Os problemas ambientais podem estar relacionados a diversos fatores, mas podemos deparar com temas variados, mas sintetizando os problemas se referem a impactos humanos externos ao processo de produção no sentido estrito.
O relacionamento se dá pela mediação do trabalho, inter-relacionando uma atividade física e meio ambiente externo. As relações sociais de produção com o mesmo conteúdo técnico, mas que toma diferentes formas sociais, mas decisivas no material em que vai usar (recursos naturais), no ritmo em quer se vai usar e do relacionamento com o meio ambiente.
Os problemas ambientais não são discutidos a partir da forma social e sim do conteúdo material em sua finalização, ou seja, quando o caldo entornou, ai não tem mais jeito.
Numa primeira visão sobre os problemas ambientais, o processo de produção não é discutido e a economia resolverá as questões ambientais.
A sociedade e as formas de organização, vem modificando, alterando o meio, coisa que outras formas de convívio não o faziam, a hipótese do mito do eterno retorno e reflexões sobre naturezas anteriores à civilização moderna e o respeito com a natureza, colocando a prática devida na exploração da terra para garantir sua reprodução.
Na tradição ocidental, o pensamento clássico grego mostra uma ruptura com a natureza, a ideologia da dominação e exploração reproduzida em classes escravistas se estende a natureza. O judaísmo e o cristianismo sistematizaram as idéias clássicas de domínio do homem sobre a natureza, tal como foi exposto no Gênese da Bíblia.
O ser humano aparece como intermediário entre Deus e o restante do mundo natural, para ordená-lo e domina-lo. Esta forma de apresentação dos problemas afeta a sociedade como um todo em seu conjunto, o que ocorre com o ser humano não acontece com outros seres vivos.
A revolução industrial permitiu a expansão completa do mundo, a pilhagem foi espetacular, destruindo os povos pré-capitalistas, dizimando milhares de animais, extinções de espécies, epidemias acabaram com culturas e etnias diversas.
Essa diferente apropriação cria classes e grupos sociais tão distintos em seu relacionamento com o meio ambiente, seja ele no âmbito de responsabilidade como em transformações, trazendo benefícios ou prejuízos.
Assim o ser humano como espécie estabelece regras de comportamento com o seu entorno, como o próprio autor destaca chamando de derivadas e subordinadas, condutas e contradições sem limites com uma ótica nos chamados problemas “técnicos”.

Capítulo 6 - A ECONÔMIA DIANTE DA CRISE AMBIENTAL

Para se pensar numa sociedade estruturada baseada no plano econômico capitalista, é preciso pensar no longo processo histórico que é implicado no mundo ocidental.
No final do século XIX, o capitalismo é o que melhor se encaixa na produção espontânea de mercadorias, ficando evidente que é difícil um País com ambiente equilibrado, porém sem exportações competitivas conseguir sustentar sua moeda.
Torna-se notório que o modelo aplicado no mercado fracassou na consolidação de uma sociedade sustentável, o autor coloca uma série de dificuldades para pontuarmos como teóricas e técnicas nas externalidades na determinação de preços, ou na ética para determinar um valor de custo para gerações futuras.
Numa sociedade capitalista esta garantida que cada individuo faça dos recursos naturais e seus detritos o que bem entende, abandonando involuntariamente a organização e o destino global da produção de mercado.

Capítulo 7 - AS RELAÇÕES CAPITALISTAS PARA O COMPORTAMENTO HUMANO EM FACE DE SEU AMBIENTE

A chamada forma de produção capitalista gera atores sociais com comportamento exclusivos de consumo, num ritmo nunca antes imaginável na humanidade.
A tendência de produção ilimitada acaba gerando poluição e depredação em larga escala criando queixas nos movimentos ambientais. Outro fato que o autor ressalta é o da geração de população excedente e sua forma com a organização econômica, salientando que nunca na história da humanidade gerou tanta população excedente como algo natural.
As diferenças das classes acabam restringindo os direitos dos menos abastados financeiramente na sociedade, como exemplo, Guillermo Foladori coloca um exemplo:
É como se um grupo de pássaros se encarregasse de cortar as asas dos passarinhos de outros grupos de sua espécie mesma ao nascer, para deixá-los impossibilitados de ter acesso aos meios de vida.

Notas Sobre o Autor.

Guillermo Ricardo Foladori, Uruguaio de nascimento é antropólogo, graduado pela Escuela Nacional de Antropologia e História do México, com curso de Especialização em Meio Ambiente e Desenvolvimento pelo Pnud-OEA, mestrado em Antropologia Social e Doutorado em Economia Universidad Autônoma de México.
Desde 1996 é professor visitante da Universidade Federal do Paraná.

Bibliografia

Foladori, R.G. Limites do Desenvolvimento Sustentável – Editora Unicamp.
Filiada a Imprensa Oficial de São Paulo. 2001.

Friday, August 25, 2006

Sobre o Aquífero "Guarani"

O que é mentira e verdade sobre o Aquifero Guarani ?

O Sistema Aqüífero Guarani tem cerca de 1,2 milhão de km2 e abrange territórios do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.Ao contrário da versão popular, ele não é um "mar de água doce", sendo composto por uma sucessão de camadas aqüíferas.Estudos recentes têm demonstrado que, devido à evolução geológica, além de descontínuo ele apresenta uma hidroestratigrafia complexa.O Rio Grande do Sul é um exemplo de como essas camadas aqüíferas foram compartimentadas, estando o sistema dividido em pelo menos quatro grandes blocos.Esses quatro compartimentos apresentam diferenças marcantes quanto ao conjunto de aqüíferos e sua qualidade, o que se reflete na potencialidade do sistema aqüífero.Apesar dessas constatações, o Sistema Aqüífero Guarani, por suas dimensões continentais, é um recurso hídrico de extraordinária importância para os quatro países do Mercosul.

O autor
José Luiz Flores Machado é geólogo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diplomado em hidrogeologia pela Universidad de Madrid (UCM). Seu doutorado em geologia sedimentar pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) foi sobre geologia e estruturação do Sistema Aqüífero Guarani no Rio Grande do Sul. Desde 1976 é geólogo da CPRM/Serviço Geológico do Brasil, e atualmente coordena e executa estudos hidrogeológicos.

Onde Está a Água Potável?
Além da compartimentação espacial singular, a complexidade da constituição das camadas aqüíferas e a notável variação de potencialidade, também é necessária uma definição quanto à qualidade das águas do grande "mar de água doce".No compartimento Oeste, a presença das unidades hidroestratigráficas Botucatu, Guará e Pirambóia em condições estruturais favoráveis proporciona uma recarga rápida a partir das chuvas. As águas nas áreas aflorantes são bicarbonatadas cálcicas e/ou cálcico-magnesianas à medida que vão fluindo no subsolo. Possuem pH neutro a ácido, com baixos teores de sais dissolvidos. Nos locais onde as camadas aqüíferas estão em maior profundidade, confinadas por rochas vulcânicas, as águas são bicarbonatadas sódicas, com pH alcalino e teores de sais mais elevados. Em geral, as águas são de boa qualidade e potáveis.No compartimento Central-Missões, com a presença de unidades hidroestratigráficas triássicas, mesmo nas áreas de afloramento a qualidade das águas apresenta grandes variações. As águas das camadas mais arenosas podem ser bicarbonatadas alcalinas mesmo a pequena distância das áreas de recarga. A evolução geoquímica (acúmulo de sais no subsolo) é rápida e os teores de cloretos e salinidade total logo ultrapassam os limites de potabilidade. O aparecimento de teores excessivos de fluoretos também é um dos maiores problemas com relação à qualidade dessas águas. No compartimento Leste, geralmente os poços possuem pouca profundidade e estão em áreas de afloramento ou próximo dessas. A região caracteriza-se pela presença de águas de qualidade boa a excelente, com pH ácido a levemente alcalino, e salinidades dentro dos padrões de potabilidade.No compartimento Norte-Alto Uruguai, o Sistema Aqüífero Guarani encontra-se totalmente coberto pelas rochas vulcânicas da unidade hidroestratigráfica Serra Geral. Devido ao posicionamento estrutural do aqüífero, os poços são de grande profundidade (350 a 1.200 metros). Como conseqüência, suas águas possuem idades muito antigas e não são potáveis em grande parte da área. Além do aumento de salinidade (cloretos e sulfatos), os teores de fluoretos são excessivos e os teores de sódio podem causar alcalinização do solo. Novos estudos deverão esclarecer definitivamente a influência que os aqüíferos superiores têm sobre a qualidade das águas do Sistema Aqüífero Guarani. Entretanto, é importante destacar que é nesse compartimento que ocorrem as mais importantes manifestações de termalismo, com águas quentes sendo originadas nas grandes profundidades das camadas aqüíferas. Essa característica confere ao Sistema Aqüífero Guarani enorme importância econômica, pois suas águas possuem altas temperaturas, compatíveis para o uso em estâncias turísticas termais e em outras atividades industriais.

Para conhecer mais
Site do Projeto Sistema Aqüífero Guarani: http://www.sg-guarani.org/Estratigrafia do Permo-Triássico do Rio Grande do Sul: estilos deposicionais versus espaço de acomodação. U. F. Faccini. Tese de doutoramento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000.Compartimentação espacial e arcabouço hidroestratigráfico do Sistema Aqüífero Guarani no Rio Grande do Sul. J. L. F. Machado. Tese de doutoramento. Programa de Pós-Graduação em Geologia Sedimentar, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 237 págs., 2005.Aqüífero Guarani. A verdadeira integração dos países do Mercosul. E. F. Rosa Filho, N. R. B. Borghetti e J. R. Borghetti. Fundação Roberto Marinho/Itaipu Binacional, 2005.Análise estratigráfica e litofaciológica da Formação Botucatu (Eocretáceo da bacia do Paraná) no Rio Grande do Sul. C. M. S. Scherer. Tese de doutoramento, Curso de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 230 págs., 1998.

Thursday, August 24, 2006

Conceito de Biodiversidade

Conceito de Biodiversidade

O termo “biodiversidade”, cunhado a partir da expressão diversidade biológica, transcendeu seu significado original. No inicio da década de 80, “diversidade biológica” era sinônimo de riqueza de espécies; em 82 ganhou o sentido de diversidade genética e riqueza de espécies, e em 86 expandiu-se, contemplando a diversidade ecológica.

A diversidade genética é a variabilidade presente no conjunto de indivíduos da mesma espécie.

A diversidade de espécies é responsável pela manutenção de uma série de serviços que a natureza nos presta. É também, um componente fundamental na manutenção dos ecossistemas e dos ambientes naturais.

A diversidade ecológica refere-se aos ecossistemas, ambientes e paisagens diferentes, presentes na terra. Cada ambiente abriga uma enorme diversidade de seres, de micro paisagens, derivadas das condições específicas de cada local.

Segundo o texto da Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, o termo diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda à diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, recreativo e estético.

A biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza. Responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, é fonte de imenso potencial de uso econômico. As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda pouco compreendidas; considera-se que elas sejam responsáveis por processos naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas, e por espécies que sustentam outras formas de vida, modificando a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida.

Isto, limitando-nos à biodiversidade, no sentido mais literal. Porque a sociodiversidade, sua riqueza e relações com o ambiente, é questão que também pertence ao tema, e que abordaremos de forma mais superficial.

Cada ser humano é um produto único e insubstituível da natureza.”
Armam Hesse

A diversidade biológica é a variedade e a variabilidade de organismos vivos e de sistemas ecológicos nos quais eles vivem, sendo produto da evolução.”
W.G.Sombroek

Tuesday, August 22, 2006

Representação Social e Meio Ambiente

Representação social e meio ambiente

Segundo o Professor Marcos Reigota (1995) o estudo das representações sociais remonta ao século passado, tendo como precursor o sociólogo francês Èmile Durkheim.
Em O Suicídio, Durkheim propõe-se a analisar a influência das religiões sobre o suicídio. Graças ao exame de dados estatísticos que se referem principalmente à taxa de suicídio de diferentes populações européias de religião protestante ou católica, chega à conclusão de que, quanto mais fraca é a coesão religiosa, mais forte é a tendência para o suicídio. Durkheim analisa ainda as representações sociais como emanadas da consciência coletiva, não tendo por isso, sigificancia nas atitudes do indivíduo.
O indivíduo pensa, age, se relaciona, através de uma consciência coletiva que emana da sociedade como um todo, o autor chega mesmo a separar o campo do que é social e do que é psicológico, deixando para a esta última à análise das representações individuais.
Segundo Reigota, este seria o marco inicial do que hoje se denomina, em psicologia social, de "teoria das representações sociais", pois, é a partir dos estudos de Durkheim que Serge Moscovici vai, em 1961, desenvolver o conceito de representação social, ou seja, a partir desse autor, as representações sociais passam a ter maior importância analítica do que possuía até então.
No contexto das propostas de Moscovici na década de 70, vários outros autores passam a se interessar pelo tema das representações sociais surgindo, então, uma série se estudos sobre a temática, como por exemplo, Jodelet, que foi orientanda do próprio Moscovici, Angela Arruda, Marcos Reigota, entre outros.
Na década seguinte o conceito se solidifica passando a constituir-se em referência obrigatória para estudos sobre temas contemporâneos, inclusive sobre Meio Ambiente, destacando-se aqui os autores Marcos Reigota e Angela Arruda, para citar apenas nomes nacionais.
Como ecologia, meio ambiente e desenvolvimento, a partir das conferências de cúpula e dos movimentos ambientalistas, desde a década de 70 até hoje, tornaram-se conceitos amplamente divulgados, utilizados e discutidos, o estudo das representações sociais sobre estes temas têm-se verificado de ampla e profícua produção.
Reigota (1995) que afirma que, por ser difuso e muito variado, meio ambiente e, principalmente, Educação Ambiental, deve ser considerada como "representação social".
Neste sentido, Sorrentino (1998) divide em quatro grandes correntes as atividades em educação ambiental, sendo elas: a "conservacionista"; "educação ao ar livre", "gestão ambiental" e "economia ecológica". Segundo este autor, a divisão (ou classificação) dessa forma se dá devido aos objetivos educacionais de cada enfoque.
Segundo Sorrentino, a primeira estaria mais presente nos países do primeiro mundo e caracteriza-se pela preocupação de muitos ecologistas com os problemas ambientais e as reflexões sobre as causas e conseqüências da degradação ambiental e para o engajamento em movimentos de "gestão ambiental". Este tipo de enfoque chega ao Brasil a partir da atuação de entidades conservacionistas. A preocupação destes se dá também pelas discussões em torno dos impactos sobre a natureza causados pelos modelos de desenvolvimento. A Segunda corrente mencionada por Sorrentino diz respeito aos adeptos do naturalismo, caracterizados pelas caminhadas ao ar livre, esportes radicais, espeleologia, ecoturismo, montanhismo e escotismo. Este enfoque trata a natureza como "santuário" dissociando os problemas ambientais dos problemas sociais, econômicos e políticos. A terceira corrente citada possui as raízes mais antigas na América Latina, segundo o autor, em virtude das disputas democráticas e da história de resistência aos regimes autoritários. A discussão do enfoque da "gestão ambiental" se dá no embate contra a poluição e todos os problemas resultantes da forma predatória de exploração do ambiente e do ser humano. Este tipo de enfoque também sugere a participação comunitária na administração dos espaços públicos e na escolha das formas de utilização futura dos recursos.
Finalmente, a quarta corrente assinalada por Sorrentino, diz respeito ao enfoque da "economia ecológica". Esta se desenvolve no eixo das discussões iniciadas por Ignacy Sachs sobre "ecodesenvolvimento" e "O Negócio é Ser Pequeno" de Schumacher, na década de 70 ganhando novo impulso na década seguinte a partir das publicações de organismos internacionais tais como "Nosso Futuro Comum" e "Nossa Própria Agenda". Segundo Sorrentino é nesta corrente "ambientalista" que se encontram as duas vertentes que "darão a tônica do movimento ambientalista neste final de século e, consequentemente, das educações ambientais a elas associadas: 'desenvolvimento sustentável' e 'sociedades sustentáveis'. A primeira, aglutinando empresários, governantes e uma parcela das organizações não governamentais, e a segunda aglutinando aqueles que sempre estiveram na oposição ao atual modelo de desenvolvimento e que acreditam que a primeira corrente é só uma nova roupagem para a manutenção do 'status quo'."(Sorrentino, 1998:29)
É ainda nesta segunda vertente, diz o autor, que se encontram as características que definem as identidades das entidades e organizações a ela associadas, ou seja:
"O propósito convergente de construírem uma sociedade mais justa, igualitária e ecologicamente equilibrada; compartilhar da premissa de que o respeito à natureza é inalcançável num quadro de desrespeito e aviltamento do ser humano que a integra e, convicção comum de que, para se chegar a essa sociedade justa e ecológica é necessário mudar o sujeito do desenvolvimento brasileiro, colocando-se o povo com autor e gestor do seu próprio projeto de modernidade."(idem. P, 29)
Por outro lado, os estudos sobre representação social do meio ambiente têm seguido a linha da psicologia social definido-se, em muitos deles, três possíveis formas de ver e representar o meio ambiente. Segundo Marcos Reigota (1995) três diferentes tipos de representação social do meio ambiente são identificados entre professores de escolas públicas de São Paulo: a naturalista, a globalizante e a antropocêntrica
Se na primeira os aspectos enfatizados são os da natureza, misturando-se conceitos ecológicos de habitat e ecossistemas, na segunda observa-se as relações de reciprocidade entre a sociedade e a natureza. Na terceira e última, a relação está na utilização (ou utilidade) dos recursos naturais para a sobrevivência do homem/mulher.
Embora seja a forma "globalizante" a que inclui o homem como parte do meio ambiente, esta não privilegia a associação entre os aspectos "naturais" e "sociais" da relação.
O autor conclui que o meio ambiente é compreendido de diferentes formas entre professores e, ainda, é dependente da especialização e origem geográfica destes. Comparando-se este trabalho com o de Sorrentino, podemos relacionar as três formas de representar o meio ambiente destacadas pelo primeiro com as quatro correntes ambientalista dadas pelo segundo, sendo que assimilamos as duas primeiras (conservacionista e educação ao ar livre) numa mesma e única corrente, que se relaciona com a representação dada por Reigota como naturalizante, i.é., que considera a natureza como algo intocável e que deve ser preservado da ação destruidora do homem, com algumas variações.
Noutro estudo, realizado por Angela Arruda (1993) na França com alunos de ecologia, agronomia e ciências humanas, o foco era levantar as representações sobre a questão ambiental relacionada com o desenvolvimento. A tese da autora era de que, dependendo da origem geográfica de cada aluno, a forma de representar o meio ambiente diferenciar-se-ia. Os alunos de ecologia, curso oferecido pela UNESCO, e os de ciências humanas, eram originários da mesma região geográfica (África, Sudeste Asiático e América Latina) e os de agronomia eram franceses. O interesse de Arruda era o de verificar a influência exercida pela origem geográfica, cultural e da formação profissional sobre as representações que faziam sobre o meio ambiente nestes estudantes.
Os resultados demonstraram que os três grupos possuíam preocupações comuns, relacionadas com o consumo, poluição, questões energéticas e às atividades humanas prejudiciais ao ambiente, como por exemplo, o uso inadequado da terra, desmatamento, destruição de espécies e guerras. Mesmo com a igualdade das preocupações havia alguma distinção, pois estas diferenciavam-se na distribuição das respostas e não estavam relacionadas com a origem geocultural dos respondentes, mas sim, com relação à sua formação profissional ou universitária.
Segundo o estudo de Arruda, os estudantes de ciências humanas possuíam concepção mais aproximada com a da comunidade em geral, por outro lado, os estudantes de agronomia, viam a ecologia como ciência independente e os alunos de ecologia, enfatizavam seu caráter interdisciplinar. A autora identificou ainda que em nenhuma das respostas, de qualquer dos grupos, inclui-se o homem como parte da natureza.
Outros trabalhos foram realizados e estão sendo realizados sobre o tema. Destaco, Silveira (1997) com crianças de 11 a 13 anos de idade em escolas públicas de Campinas, interior paulista e Serrão, (1998) sobre a relação sociedade e natureza, na UFRJ.
Algumas outras pesquisas em andamento puderam ser mapeadas, no entanto, foge-nos ao propósito, no momento, um maior aprofundamento sobre a questão nessa parte deste projeto.
No entanto, podemos observar que, no que tange à teoria das representações sociais, e sobre meio ambiente, parafraseando Reigota
“muitas são as representações sobre meio ambiente e por tal, o conceito de meio ambiente torna-se difuso e variado, como também o conceito de educação ambiental, o que faz com que as práticas pedagógicas dos professores envolvidos com a questão são, muitas vezes, influenciadas pelas suas representações, concepções, sobre meio ambiente.”

Saturday, August 12, 2006

A Educação Ambiental e sua Formação.

Educação Ambiental
A educação ambiental, enquanto processo participativo, é identificada como o instrumento de revisão dos conceitos sobre o mundo e a vida em sociedade, conduzindo o ser humano e a coletividade na construção de novos valores sociais, na aquisição de conhecimentos, atitudes, competências e habilidades para a conquista e a manutenção do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. (MMA, 1999)
A Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, é considerada o marco inicial das discussões sobre educação ambiental a nível mundial. Nessa conferência foi concebido o Plano de Ação Mundial, e, em particular, recomendou-se que deveria ser estabelecido um programa internacional de educação ambiental.
*A recomendação nº. 96 da conferência reconhecia o desenvolvimento da educação ambiental como elemento crítico para o combate à crise ambiental do mundo.
Em Tbilisi (URSS), foi realizada em 1977, a Primeira Conferência em Educação Ambiental, organizada pela UNESCO, em colaboração com o PNUMA, e que ficou conhecida como o ponto culminante da primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), iniciado em 1975, pela UNESCO/PNUMA (Belgrado, 1975), com atividade celebradas na África, Estados Unidos, Ásia, Europa e América Latina, contribuindo para precisar a natureza da educação ambiental, definindo seus objetivos e características, assim como as estratégias pertinentes nos planos nacional e internacional.
Em 1987, 300 especialistas de 100 países e observadores da IUCN, reuniram-se em Moscou, CEI, para o Congresso Internacional em Educação e Formação Ambiental, promovido pela UNESCO/UNEP/ IEEP, objetivando-se a discussão das dificuldades encontradas e as ações empreendidas pelas nações no campo da educação ambiental, e a identificação das necessidades e prioridades em relação ao seu desenvolvimento. Chegando-se à concordância de que a educação deveria, simultaneamente, preocupar-se com a promoção da conscientização, transmissão de informações, desenvolvimentos de hábitos e habilidades, promoção de valores, estabelecimentos de critérios e padrões e orientações para a resolução de problemas e tomada de decisões. Diante desta avaliação e perspectiva, foram estabelecidas estratégias para ações no campo da educação ambiental e formação ambiental em nível mundial.
Outro pronto pertinente na história da Educação Ambiental, foi à declaração Mundial Sobre Educação Para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação Para Todos, realizada em Jontiem, Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990. A Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, celebrada no Rio de Janeiro em junho de 1992, outro marco da história ambientalista mundial, lançou os desafios fundamentais para as políticas dos governos e nações para o próximo milênio. Emana ainda, da Conferência do Rio, como ficou conhecida, a Carta Brasileira para a Educação Ambiental para Sociedade Sustentáveis e Responsabilidade Global, de caráter não oficial, celebrado por diversas Organizações da Sociedade Civil, que reconhece a educação ambiental como um processo dinâmico em permanente construção. Segundo este documento a educação ambiental deve portanto propiciar reflexão, o debate e a sua própria modificação. Reconhece ainda que a educação ambiental para uma sustentabilidade eqüitativa é um processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida.
É a partir da ação de diversos organismos, governamentais e não-governamentais, que a discussão sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento passa a ser considerada de forma conjunta. Neste sentido, parece ser consenso que a importância da educação para a implementação de novas estratégias de desenvolvimento e de projetos ambientais é fundamental. Surge daí a concepção de uma educação dita "ambiental". No dizer de Viezzer(1994):
"Educação ambiental, como a percebemos hoje, vem da emergência de uma percepção renovada de mundo, conhecida como holística: uma forma íntegra de ler a realidade e atuar sobre ela"
No entanto, mesmo considerando ser a educação ambiental de extrema importância para o equilíbrio desejado na sociedade contemporânea, resta-nos uma questão crucial para a implementação da "utopia possível" desta equidade social: o apoio e a compreensão pela grande maioria da população mundial. Ou seja, medidas governamentais ou de ONG's terão pouco impacto se não forem acompanhadas do apoio popular. Tal compreensão e apoio demandam conhecimento, ou ainda, são dependentes de processos educacionais em que façam parte a informação, discussão, e o debate das questões que afetam o ecossistema do planeta.
Se considerarmos a complexidade dos problemas e a abrangência destes, fica-nos a pergunta: Educação Ambiental deve ser uma disciplina isolada, ou deve ser um projeto de educação compreendendo diversas áreas do conhecimento? Disto decorre, ainda, outra questão subliminar, qual seja: qual a representação de ambiente que faz os professores envolvidos nestas práticas pedagógicas e de pesquisa?

(Bibliografia: Dias.G.F. Educação Ambiental - Princípio e Práticas, Sobre E.A.)

Friday, August 11, 2006

Quanto temos de àgua no mundo?

Há escassez de àgua potável na Terra, aonde 1,3 de pessoas não tem acesso à água potável.
A ausência de àgua potável causa mais mortes de infância do que qualquer outra doença.
Da água existente na Terra, 97% é de água salgada e 3% é de água doce e destes 3%, 76% estão sob forma de gelo nas calotas polares. A minúscula parcela existente ainda sofre todo o tipo de agressão, deixando claro a crise de percepção por parte da humanidade.
Com certeza a educação ambiental vem de encontro com as necessidades para combater o desperdicio deste bem tão precioso.
A racionalização do uso da àgua e a proteção de seus mananciais estão e pauta em diversas Ong's espalhadas pelo mundo. Hoje cerca de 27 Países estão em conflito, por causa da água.
Conhece-se o quanto uma comunidade é educada pela forma como ela cuida de sua água.
(Fonte: Dias F.G. Educação Ambiental - Princípios e Práticas pg-528)

O que é Agenda-21?


Após fazer um breve relato sobre a Rio 92, a reflexão da carta do chefe indigena Seattle
e algumas considerações sobre Desenvolvimento Sustentável, gostaria de ponderar sobre a Agenda21.
E o que é a Agenda21?
Na verdade ela nada mais é do que um plano de ação para o século XXI, visando à sustentábilidade da vida na Terra.
É uma estratégia de sobrevivência e nos seus 40 (quarenta) capítulos, trata de questões como:
- Dimensões Econômicas e Sociais.
- Conservação e Manejo de Recursos Naturais.
- Fortalecimento da Comunidade.
- Meios de implementação.
A Agenda 21 estima que, para reparar os danos causados ao ambiente pelas diversas atividades humanas, serão necessários mais de 600 bilhões de dólares.
Reunidos em julho de 1997, na conferência da Rio + 5, os resultados não foram animadores.
Nem sequer um décimo dos recursos prometidos foi realmente destinado.
(Nenhum lucro obtido pela destruição do ambiente é suficiente para cobrir os custos da sua recuperação)

Wednesday, August 09, 2006

O que foi a Rio 92 ?

- Gostaria de tecer alguns elementos para discussões.
- Para iniciar gostaria de comentar a respeito da conferência sobre o meio ambiente e desenvolvimento promovida pela ONU aonde a Unesco, reuniu, no Rio de Janeiro, de 03 a 14 de Junho de 1992, os representantes de mais de 170 Países.
- O objetivo desta reunião foi examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois da conferência de Estocolmo, em 1972.
Com intuito de identificar e propor estratégias regionais e globais apropriadas referentes as questões ambientais.
- Recomendar ações e medidas através de politicas de desenvolvimentos sustentáveis, promovendo assim o aperfeiçoamento da legislação ambiental, bem como a erradicação da pobreza nos países em desenvolvimentos, entre outros.
- A reunião teve como resultado a sua atenção voltada do mundo para as questões ambientais, sendo elaborada a *Agenda 21, um plano de ação para o século XXI. Resultou também na articulação de importantes acordos, tratados em convenções sobre o meio ambiente e deixou clara para a sociedade humana a necessidade de adotar um novo estilo de vida.
* Agenda 21 - Plano de ação para o século XXI, visando a sustentábilidade da vida na Terra .

A CARTA DO CHEFE INDIGENA SEATTLE ( 1854)

Resposta do cacique Seattle ao governo dos Estados Unidos que tentava comprar as suas terras (1854).

O ar é precioso para o homem vermelho pois todas coisas as compartilham o mesmo sopro: o animal, a àrvore, o homem todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. (...)
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos. (....)
O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espirito. Pois o que ocorre com os animais breve acontrece com o homem.

Há uma ligação em tudo. Vocês devem ensinar as suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a Terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo que acontecer a terra acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma familia. Há uma ligação em tudo.
O que ocorre com a Terra recaira sobre os filhos da Terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido fará a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo pra amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos.
De uma coisa estamos certos,(e o homem branco vai descobrir um dia); nosso Deus é o mesmo Deus.
Vocês podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa Terra; mais não é possível. Ele é o Deus do homem, e sua compaixão é igual para o homem branco e para o homem vermelho a terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar o seu criador. Os brancos também passarão talvez mais cedo do que todas as tribos . Contaminem as suas camas e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente , iluminado pela própria força do Deus que os trouxe para esta Terra. Esse destino ainda é um mistério para nós pois não compreendemos que todos os bufálos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa inpregnados dos cheiros de muitos homens, e a visão dos morros obstruidas pelos fios que falam. Onde está o árvoredo? Desapareceu. Onde esta a àgua? Desapareceu. É o final da vida e o inicio da sobrevivência.
Como é que pode comprar ou vender o céu, o calor da Terra? Essa idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuimos o frescor do ar e o brilho da água, como é possivel compra-los?
Cada pedaço desta Terra é sagrada para meu povo, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo a seiva que escorre do corpo da árvore carrega consigo a lembrança do homem vermelho....
Essa água brilhante nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados.
Se lhes vendermos a Terra, vocês devem lembrar que elas são sagradas, o murmurios das águas é a voz de nossos ancestrais. Os rios são nossos irmãos, saciam nossas sedes. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossas Terras devem ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicaram a qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de Terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem a noite e extrai aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mais quando ele a conquista, prossegue em seu caminho, deixando para trás o túmulo de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da Terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa.....
Seu apetite devorará a Terra, deixando somente um deserto. Nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere o olhos do homem vermelho. Talvez porque o homem vermelho seja um selvagem e não compreenda. Não há um lugar quieto na cidade do homem branco onde se possa ouvir um desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. O ruido pareçe apenas insultar os ouvidos.
O indio prefere o suave murmúrio do verão encrespando a face do lago e o prórpio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.

(Dias. F. Genebaldo - Educação Ambiental - Principio e Práticas pg 516)

O que é Desenvolvimento Sustentável.


O conceito de Desenvolvimento Sustentável é a chave na luta pela preservação do meio ambiente, pois associa desenvolvimento econômico e social com preservação ambiental.
Diz-se também sustentábilidade ampliada quando se considera indissociáveis os diversos aspectos do desenvolvimento ecológico, social, cultural e politico-institucional.
Ao reconheçer a necessidade de enfrentar a degradação ambiental de modo associado à superação da pobreza, o conceito de sustentábilidade ampliada promove o encontro politico entre a agenda estritamente ambiental e a agenda social.
Não é facil compreender o conceito de sustentábilidade ampliada em toda sua dimensão e traduzi-la para o dia-a-dia. As condições de sustentábilidade ampliada dependem do desenvolvimento de inúmeras dimensões da dinâmica ambiental e das relações que o homem estabelece com o seu ambiente, ou seja, a sustentábilidade só se define históricamente, de acordo com as condições ambientais verificadas e com valores e as ideologias dos atores sociais envolvidos. Uma sociedade sustentável tem modos de produção e padrões de consumo sustentáveis, ou seja, que atendem as necessidades básicas de todos os cidadãos e não provocam desequilibrios socioanbientais, como degradação e contaminação ambiental, desperdício, pobreza e injustiça social.
(Desenvolvimento sustentável e Agenda21 - Guia prático para sociedade civil)